Eixo: Acessar insumos básicos

Acesso à Energia Elétrica Competitiva

Você sabia que:

A abertura do mercado de energia elétrica, aliada à racionalização de encargos, pode contribuir diretamente para a redução do Custo Brasil?

O mercado livre de energia estimula a concorrência ao permitir que consumidores escolham seus fornecedores e negociem contratos diretamente. Quando combinado à revisão de encargos que impactam as tarifas, como a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), o resultado são condições contratuais vantajosas e energia a preços mais competitivos, beneficiando empresas e a sociedade.

Imagem de Introdução
Acompanhe o impacto da iniciativa (atualizado em Novembro de 2024)

O valor de de R$ 104,80 bilhões mostra que a competitividade do Brasil no preço da energia melhorou, mas principalmente em razão da alta externa dos preços. Se o Brasil avançar rápido para o potencial de R$ 121,30 bilhões, poderá se tornar mais competitivo que a OCDE no preço da energia elétrica.

 

R$ 104,80 bi de redução no custo da Energia Elétrica, frente a um potencial de redução de R$ 121,30 bi

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Análise do tema e impactos na Competitividade

A competitividade do custo da energia elétrica no Brasil apresentou resultados positivos nos últimos anos. Enquanto os custos de energia elétrica na OCDE registraram aumentos expressivos, o Brasil manteve sua competitividade, impulsionada, em parte, pelo crescimento do consumo no mercado livre de energia, que saltou de 13.213.996 MWh em 2022 para 14.117.693 MWh em 2023.

Embora o Brasil tenha visto uma redução modesta nos seus custos com energia, o impacto positivo na competitividade foi amplificado, principalmente, pela alta significativa dos preços internacionais. Entre 2021 e 2023, o preço médio da energia elétrica nos países da OCDE subiu de R$ 671,15/MWh para R$ 1.191,71/MWh, uma alta de 77,6%, impulsionada por fatores globais como conflitos internacionais e interrupções nas cadeias de suprimento. Se os preços da energia na OCDE tivessem permanecido em R$ 671,15/MWh, o impacto positivo para o Brasil teria sido limitado a R$ 16,57 bilhões, significativamente menor do que o observado. Esse cenário reforça a urgência de implementar reformas estruturais no setor para assegurar competitividade sustentável, independentemente de fatores externos.

A expansão do mercado livre oferece um grande potencial para dinamizar ainda mais o setor energético. Entre 2021 e 2024, a participação do mercado livre no consumo total de energia no Brasil cresceu de 88% para 91,6%, evidenciando avanços relevantes. Em 2022, uma portaria do Ministério de Minas e Energia permitiu que consumidores do Grupo A, representando cerca de 200 mil unidades, migrassem para o mercado livre. Contudo, a extensão desse benefício para consumidores do Grupo B, que somam mais de 89 milhões de unidades, incluindo residências e micro e pequenas empresas, é crucial para democratizar o acesso a preços mais competitivos. Essa ampliação incentivaria a concorrência, atrairia novos investidores e tecnologias, além de consolidar um mercado mais dinâmico e eficiente, promovendo previsibilidade, redução de custos e a transição para uma economia mais sustentável.

Outro fator crítico para a competitividade da energia elétrica é o impacto dos encargos setoriais, em especial a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). Entre 2018 e 2023, os subsídios financiados pelos consumidores residenciais aumentaram de 5,5% para 13,2%, totalizando R$ 40,31 bilhões no último ano. Sem reformas estruturais, projeta-se que essas despesas continuarão a crescer acima da inflação nos próximos cinco anos, intensificando a pressão sobre os custos de energia para os consumidores.

A ampliação do acesso ao mercado livre de energia e a revisão de encargos são condições indispensáveis para construir um sistema energético mais eficiente, com preços competitivos e condições contratuais favoráveis, que beneficiarão o setor produtivo e a sociedade brasileira.

Processos monitorados

Aprovar o Mercado Livre de Energia (Projeto de Lei 414 de 2021)

O projeto de lei amplia o acesso de consumidores à escolha de fornecedores de energia elétrica, promovendo sustentabilidade para consumidores e distribuidoras, além de incentivar a redução de preços e melhorar a competitividade econômica. Também ajusta a regulação às inovações do setor e aprimora a sinalização de custos com mecanismos de mercado na formação de preços.

Aguarda a formação de uma Comissão Especial na Câmara dos Deputados.

O projeto de lei já foi aprovado no Senado Federal.

Racionalizar os encargos setoriais incidentes sobre a tarifa de energia elétrica

A participação dos subsídios na tarifa residencial cresceu de 5,5% em 2018 para 13,2% em 2023, totalizando R$ 40,31 bilhões. Projeções indicam que essas despesas continuarão a crescer acima da inflação nos próximos anos, pressionando ainda mais o custo ao consumidor.

Aguarda a publicação de Ato Normativo pelos Ministérios Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Minas e Energia (MME), Transportes (MT) e Casa Civil.

INDICADORES

A utilização de Indicadores faz parte de uma metodologia de monitoramento capaz de medir a conjuntura econômica e sua evolução, além de possibilitar diagnosticar problemas e lacunas de crescimento em relação a outros países (comparabilidade internacional).

Metodologia

O cálculo utilizado para potencial de  impacto na redução do custo da Energia Elétrica baseou-se nos seguintes critérios:

Custo para o Mercado Cativo em 2021: O valor projetado pelo Custo Brasil em 2021 estimou que os preços do mercado livre eram 15% menores que os do mercado cativo, representando um valor de R$ 0,6 bilhões. Porém, para o cálculo de impacto desta iniciativa, foram considerados os preços reais do mercado livre de energia, que permitiu uma revisão do custo estimado, ajustando o valor para R$ -33 bilhões em 2021.

Para oferecer uma análise precisa do indicador, a metodologia prevê a atualização do Custo 2021 com base no IPCA do período (2022 a 2023). Custo 2021 corrigido: R$ -36,29 bilhões.

PPond (Livre + Cativo) Brasil: Refere-se ao preço ponderado da energia no Brasil, considerando a proporção de consumidores no mercado cativo e no mercado livre. Em 2021, o preço era de R$ 817,59/MWh no mercado cativo e R$ 408,55/MWh no mercado livre. Em 2023, esses valores ajustaram para R$ 812,17/MWh e R$ 401,39/MWh, respectivamente.

O preço ponderado, de R$ 459,47/MWh, captura a média entre os dois mercados para a indústria em 2021, permitindo calcular a economia real. Esse mesmo preço ponderado recuou em termos nominais para R$ 442,05/MWh em 2024. 

Preço Médio da Energia na OCDE: Representa o preço médio da energia nos países da OCDE. O preço médio subiu de R$ 671,15/MWh em dezembro de 2021 para R$ 1.191,71/MWh em dezembro de 2023.

Consumo Industrial de Energia: Refere-se ao consumo total de energia pelas indústrias no Brasil, somando mercado cativo e livre. Em 2023 o consumo foi estimado 188.528.393,86 MWh.