Ao diversificar a matriz energética com uma fonte mais limpa e eficiente, o gás natural se apresenta como uma alternativa estratégica para reduzir os custos de produção das indústrias, além de proporcionar maior segurança energética ao país, com menor dependência de fontes voláteis. Esse movimento não apenas garante previsibilidade ao sistema elétrico, como também cria um ambiente de ancoragem de preços, tornando a energia mais acessível para diversos setores.

A Lei do Gás Natural, Lei nº 14.134/2021, marca um importante avanço para o setor energético brasileiro e para o fortalecimento da competitividade industrial. A abertura do mercado de gás, promovida pela nova legislação, cria oportunidades significativas para atração de investimentos em infraestrutura de transporte e distribuição, essenciais para expandir o acesso a essa fonte de energia. A redução dos custos com energia é um elemento central para aumentar a competitividade das indústrias brasileiras, estimulando a inovação, o aumento da produtividade e o crescimento econômico. Além disso, o desenvolvimento do mercado de gás pode gerar novos postos de trabalho e dinamizar a cadeia produtiva, criando um ambiente mais propício para o desenvolvimento sustentável do país.

O Brasil enfrenta um custo de gás natural significativamente superior ao de países da OCDE, reflexo de barreiras regulatórias e limitações de infraestrutura. Em 2023, enquanto o preço médio do gás natural na OCDE era de US$ 12,56/MMBtu e nos EUA de apenas US$ 4,42/MMBtu, no Brasil o valor alcançou US$ 20,95/MMBtu.

Com a abertura do mercado e a transição para o mercado livre, projeta-se um potencial de impacto de R$ 21 bilhões, sinalizando uma expectativa de redução significativa nos custos industriais. No entanto, o impacto em 2023 será negativo, totalizando -R$ 2,48 bilhões, indicando que, apesar das reformas conduzidas nos últimos anos, os benefícios esperados ainda não se concretizaram plenamente.